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Teste: você costuma atrair jogos de perseguidor, vítima ou salvador?

Você já parou para pensar por que, às vezes, parece que certos padrões de relacionamento simplesmente se repetem na sua vida? Talvez você tenha a sensação de que sempre acaba envolvido em situações confusas, onde discussões, mal-entendidos ou até sentimentos de culpa aparecem do nada. Na Análise Transacional, um dos conceitos que ajuda a explicar esse fenômeno são os chamados jogos psicológicos. Eles podem ser vistos como “roteiros” invisíveis que fazemos sem perceber, e que muitas vezes nos colocam em papéis conhecidos, como o de perseguidor, vítima ou salvador.

Neste artigo, vamos explorar um teste simples e revelador para entender: você costuma atrair jogos de perseguidor, vítima ou salvador? Mas, antes de irmos direto ao teste, é bacana entender o que realmente são esses jogos e como eles funcionam. Afinal, conhecer essas dinâmicas pode ser o primeiro passo para você retomar o controle das suas relações e construir conexões mais saudáveis.

Pense comigo: quantas vezes você já presenciou uma briga onde alguém acusa (perseguidor), outro se faz de indefeso (vítima), e um terceiro entra para “salvar” a situação (salvador)? Parece até uma peça de teatro que a gente vê repetidamente! E o curioso é que esses papéis podem variar de acordo com o contexto e com quem estamos interagindo.

Ao longo do artigo, você vai descobrir como identificar se você mesmo costuma atrair esses papéis e o que pode fazer para quebrar esse ciclo. Bora juntos nessa jornada para entender um pouco mais sobre as relações humanas e a Análise Transacional?

O que são jogos psicológicos na Análise Transacional

Se você já teve aquela sensação de entrar em uma conversa que parecia tranquila e, de repente, tudo vira uma confusão cheia de mal-entendidos, rivalidades ou até chantagens emocionais, você provavelmente já esteve no meio de um jogo psicológico. Na Análise Transacional, os jogos psicológicos são padrões repetitivos de comportamento e interação que, embora pareçam normais ou até involuntários, são capazes de gerar conflitos e sofrimento emocional.

O criador da Análise Transacional, o psiquiatra Eric Berne, usou a ideia de “jogo” para descrever essas dinâmicas porque, assim como num jogo, existem regras específicas, papéis e um resultado esperado, mesmo que nem sempre seja bom para quem está envolvido. O curioso é que esses “jogos” são como uma dança invisível que acontece em segundo plano, muitas vezes acontecendo sem que percebamos.

Na prática, um jogo psicológico pode surgir quando duas ou mais pessoas interagem de forma repetitiva, cada uma assumindo papéis que se encaixam em um roteiro conhecido. Esses papéis costumam ser confortáveis — mesmo que prejudiciais — porque trazem um senso de familiaridade e até de controle. Você já percebeu como algumas discussões familiares, por exemplo, seguem sempre os mesmos caminhos?

Um exemplo clássico é quando alguém, sem querer, assume o papel de vítima, esperando que outro venha para “salvar” ou, quem sabe, acabar jogando a culpa no “perseguidor”. Esses papéis fazem parte do que chamamos de Triângulo Dramático, uma estrutura muito usada na Análise Transacional para explicar essas dinâmicas — mas disso falaremos melhor mais adiante.

Mas afinal, por que é importante entender o que são jogos psicológicos? Porque eles revelam padrões inconscientes que podem prender nossas relações em ciclos de conflito e sofrimento desnecessários. Reconhecer esses jogos é o primeiro passo para sair desse looping e construir conexões mais conscientes e saudáveis.

Prepare-se para descobrir os principais jogos que você pode estar atraindo e como isso impacta suas relações cotidianas. Vem comigo!

Entendendo os papéis do triângulo dramático: perseguidor, vítima e salvador

Quando falamos do triângulo dramático, estamos nos referindo a um modelo criado pelo psicólogo Stephen Karpman que explica uma dança emocional muito comum em conflitos e jogos psicológicos. São três papéis clássicos que as pessoas tendem a assumir — às vezes sem perceber — e que acabam alimentando ciclos de tensão: o perseguidor, a vítima e o salvador. Entender esses papéis é fundamental para identificar padrões desgastantes em nossas relações e começar a lidar melhor com eles.

Imagine a cena: em uma briga, alguém culpa, critica ou pressiona outra pessoa com rigor — esse é o perseguidor. A pessoa que recebe essa atitude pode se sentir oprimida, injustiçada, sem saber como agir — aqui temos a vítima. E, para completar o triângulo, surge alguém que tenta “salvar” a vítima, querendo resolver o problema e proteger quem sofre. Essa situação parece até um roteiro teatral, não é?

O que é bom saber é que esses papéis são flexíveis! Você pode tanto se identificar como um deles em diferentes momentos da vida, ou até mesmo alternar entre eles nas mesmas interações. Além disso, nem sempre esses papéis são conscientes, muitas vezes são respostas automáticas construídas ao longo da vida.

Nos próximos subtópicos, vamos explorar as nuances de cada papel para que você possa perceber mais claramente qual “fantasia” costuma vestir — e, quem sabe, começar a mudar os ensaios dessa peça que já cansou de se repetir.

Características do perseguidor 😠

O perseguidor geralmente assume uma postura de quem “manda” ou critica. Ele pode ser contundente, rígido, apontar erros e cobrar soluções rápidas — às vezes, até exagerando no tom ou na intensidade. Essa pessoa, muitas vezes, quer controlar a situação e proteger seu próprio território, mesmo que de forma inconsciente.

Mas, atenção: o perseguidor não é necessariamente alguém mal-intencionado. Muitas vezes, ele age assim porque se sente vulnerável ou frustrado, e sua forma de lidar com isso é exercendo pressão sobre os outros. Por exemplo, no trabalho, pode ser aquele colega que sempre repreende com severidade sem perceber o impacto que causa.

O perigo é quando o perseguidor cria um clima tenso e mantém os outros no canto da defensiva, sem espaço para diálogo construtivo.

Comportamentos típicos da vítima 😟

A vítima é quem se coloca em uma posição de fragilidade ou impotência, aparentando ou sentindo-se sem saída diante de problemas ou desafios. É aquela pessoa que diz “não dá para fazer nada”, “sempre acontece comigo”, ou que busca simpatia e apoio constante, mas sem realmente agir para mudar a situação.

Ser vítima pode ser confortável em um certo nível, pois traz atenção e justifica a falta de responsabilidade por resolver o que está acontecendo. Porém, essa postura pode aprisionar, gerando uma sensação constante de sofrimento e dependência.

Quer um exemplo? Aquele amigo ou colega que reclama da vida, mas raramente tenta tomar uma atitude para mudar o que o incomoda. Muitas vezes, essa pessoa espera que alguém venha ajudá-la — e aí entra o papel do salvador.

O papel do salvador em relações interpessoais 🤝

O salvador é o “herói” que aparece para resgatar a vítima. Ele gosta de se sentir útil, resolver problemas dos outros e ser reconhecido por isso. À primeira vista, parece algo nobre, não é?

Porém, o salvador pode acabar se excedendo e tomando responsabilidades que não são suas, deixando de cuidar das próprias necessidades em prol dos outros. Além disso, a ajuda do salvador nem sempre é solicitada e pode, na verdade, manter a vítima dependente dessa “ajuda salvadora”.

É como aquele conhecido que está sempre pronto para resolver tudo, mesmo quando nem é o caso, e acaba, sem querer, alimentando o “jogo” em vez de ajudar a sair dele.

Ao entender esses três papéis — perseguidor, vítima e salvador — você ganha uma lente poderosa para observar suas relações. Será que você reconhece algum deles em você ou nas pessoas perto? Essa consciência é o primeiro passo para sair do triângulo dramático e construir vínculos mais saudáveis e reais.

Como identificar se você atrai esses papéis nas suas relações

Você já se perguntou se, sem perceber, está repetindo um padrão que atrai os papéis do triângulo dramático nas suas relações? Saber identificar se você costuma assumir ou atrair o papel de perseguidor, vítima ou salvador é um passo fundamental para ter mais consciência e mudar a forma como se relaciona.

Mas atenção: não se trata de colocar rótulos ou se julgar. A ideia aqui é olhar para os seus comportamentos e dinâmicas nas relações com gentileza e curiosidade, para entender onde pode estar se encaixando involuntariamente nesse ciclo emocional.

Vamos explorar juntos alguns sinais que podem ajudar você a reconhecer esses papéis, tanto na maneira como fala quanto nas suas atitudes do dia a dia.

Sinais na comunicação e no comportamento 🔍

Identificar com clareza os sinais que você emite e os padrões que se repetem é o caminho para perceber se você está atraindo um dos papéis do triângulo dramático. Algumas pistas importantes na forma de comunicar e agir são:

  • Para o papel do perseguidor: você percebe que costuma criticar bastante, apontar erros dos outros, se irritar facilmente ou pressionar para que as coisas sejam feitas do seu jeito? A irritação constante ou atitudes autoritárias podem ser um sinal.
  • Para o papel da vítima: avalie se, em muitas situações, você se sente impotente, reclama sobre seu sofrimento sem buscar mudanças, ou espera que as pessoas resolvam seus problemas. Expressões como “Eu não consigo”, “Tudo acontece comigo” costumam ser comuns.
  • Para o papel do salvador: você tem dificuldade em dizer não quando alguém pede ajuda? Sente-se responsável por consertar problemas alheios e sente orgulho quando é visto como “aquele que resolve”? Cuidado para não exagerar nessa dedicação, que pode esconder suas próprias necessidades.

Observar esses sinais na sua forma de se comunicar é um convite para olhar com mais atenção para suas dinâmicas de relação. Será que você está assumindo algum desses papéis sem perceber? E se sim, o que isso tem causado para você e para os outros?

Exemplos práticos do dia a dia 🏠

Vamos dar uma olhada em exemplos simples do cotidiano para deixar tudo mais claro:

  • Perseguidor: você tem um colega de trabalho que sempre reclama do desempenho dos outros e cobra demais? Ou, talvez, você mesmo se pega em momentos em que cobra demais sua família ou amigos, ficando preso na necessidade de controlar.
  • Vítima: aquela pessoa que vive dizendo que a sorte nunca está a seu favor, ou que sempre se sente sobrecarregada, mas nunca tenta mudar a situação — isso pode ser um sinal desse papel. Você já se pegou assim em algum momento?
  • Salvador: tem alguém no seu círculo social que está sempre para “salvar” os problemas dos outros, mesmo quando não foi convidado? E você, será que já se viu dizendo “deixa que eu resolvo” para evitar que alguém se sinta mal ou para se sentir importante?

Esses pequenos exemplos ajudam a perceber como as dinâmicas do triângulo dramático estão presentes no dia a dia e em diferentes tipos de relação — no trabalho, na família, com amigos ou no amor.

Reflita: qual dessas situações você reconhece em sua própria vida? Identificar isso é o primeiro passo para trazer mais leveza e consciência às suas relações.

Por que atraímos esses jogos? As motivações inconscientes

Se a gente parar para pensar, ninguém escolhe conscientemente entrar em jogos psicológicos que só trazem sofrimento ou desgaste, certo? Ainda assim, muitas vezes acabamos atraindo os papéis do triângulo dramático — perseguidor, vítima ou salvador — como se fosse um ímã invisível. Mas por quê? O que faz com que nossas relações caiam nessas armadilhas repetidas vezes?

A resposta está nas motivações inconscientes que cada um carrega, baseadas em experiências passadas, crenças profundas e necessidades emocionais. Essas dinâmicas automáticas funcionam como um mecanismo de proteção, ainda que nem sempre saudável.

Pense nos jogos psicológicos como um velho disco arranhado, aquela música que a gente já decorou e toca no repeat mesmo sem perceber. Muitas dessas “canções” internas nasceram na infância ou em momentos em que aprendemos a lidar com o mundo — e ainda hoje, elas influenciam como nos relacionamos.

Por exemplo, alguém que cresceu sempre sendo responsabilizado pelos problemas da família pode acabar se tornando, inconscientemente, um salvador na vida adulta, querendo consertar tudo para se sentir valorizado. Já outro que viveu num ambiente de cobranças severas pode se identificar com o papel do perseguidor, repetindo essa voz crítica interna e externando isso para os outros.

Mas não se preocupe: entender essas motivações é libertador! Significa que, ao trazer esses padrões para a consciência, você pode começar a escolher outras formas de agir, mais conscientes e saudáveis.

Quer um convite para reflexão? Pense: quais histórias do seu passado ou crenças invisíveis podem estar te puxando para esses papéis? E que ensinamentos você pode extrair para transformar esse ciclo em algo que realmente te fortaleça nas relações?

Estratégias para sair do ciclo do triângulo dramático

Sair do triângulo dramático pode parecer um desafio, especialmente porque esses jogos psicológicos muitas vezes funcionam como velhos hábitos emocionais que conhecemos bem. Mas a boa notícia é que é possível interromper esse ciclo e criar relações mais autênticas, respeitosas e livres de conflitos desnecessários. Vamos ver algumas estratégias práticas para dar esse passo importante na sua jornada.

Desenvolvendo consciência e autonomia 💡

O primeiro passo para sair do ciclo do triângulo dramático é desenvolver consciência — ou seja, começar a perceber quando e como você está entrando nesses papéis de perseguidor, vítima ou salvador. Essa percepção abre espaço para a escolha.

Por exemplo, na próxima vez que sentir vontade de criticar ou reclamar, pergunte a si mesmo: “Será que estou agindo como um perseguidor? Quais sentimentos estão por trás disso?” Esse momento de pausa e reflexão é poderoso!

Outra forma de aumentar sua autonomia é assumir responsabilidade por seus próprios sentimentos e escolhas, em vez de culpar ou esperar que outros mudem. Quando você para de depender da validação externa e passa a confiar mais em si mesmo, fica mais fácil sair desses jogos.

Comunicação assertiva para transformar relações 🗣️

A comunicação é uma ferramenta essencial para mudar a dinâmica do triângulo dramático. A boa notícia é que a comunicação assertiva não é só sobre dizer o que pensa, mas sim expressar seus sentimentos, necessidades e limites de maneira clara e respeitosa.

Por exemplo, se você percebe que está assumindo o papel de salvador, pode aprender a dizer “Eu entendo que você está passando por isso, mas não posso resolver tudo sozinho. O que você acha se tentarmos encontrar uma solução juntos?”

Da mesma forma, se está no papel de vítima, a comunicação assertiva ajuda a expressar suas dificuldades sem vitimizar-se ou culpar outros, pedindo apoio de forma honesta e madura.

Já no papel do perseguidor, comunicar suas preocupações com empatia e respeito pode evitar que a crítica vire ataque e que as conversas acabem em confronto.

Com prática, essas mudanças simples no modo de se comunicar transformam a qualidade das relações e ajudam a quebrar o ciclo dos jogos psicológicos.

Que tal começar a observar suas conversas e perceber onde você pode colocar um pouco mais de atenção para trazer essa mudança?

Considerações finais

Ao longo deste artigo, mergulhamos juntos no universo fascinante dos jogos psicológicos e do triângulo dramático, explorando os papéis de perseguidor, vítima e salvador. Agora, chega o momento de refletir: quantas vezes, no dia a dia, você já se viu envolvido nessas dinâmicas sem nem perceber? E o mais importante — como podemos usar essa consciência para melhorar nossas relações?

Reconhecer esses padrões é o primeiro passo para transformar nossa maneira de conviver com os outros. A Análise Transacional oferece ferramentas preciosas para desarmar esses jogos e construir relações mais genuínas, baseadas na autonomia, escolha e respeito mútuo.

Portanto, o convite que fica é este: observe suas interações com gentileza e curiosidade. Quando perceber que está entrando em algum papel do triângulo dramático, pare, respire e pergunte-se o que realmente você precisa e deseja naquele momento.

Lembre-se de que mudar hábitos emocionais exige tempo e prática, mas é possível! Com comunicação assertiva e consciência emocional, você pode sair desses ciclos repetitivos e viver relações mais leves, construtivas e cheias de significado.

Que tal começar essa transformação hoje mesmo? Afinal, a vida é muito melhor quando a gente escolhe brincar sem cair em jogos.